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domingo, 6 de julho de 2008

Ensaio sobre o Bûdô

Mais do que em qualquer outra época, as pessoas tem procurado por praticantes de Budo Taijutsu, inclusive praticantes de outras artes que outrora não se interessavam muito pelo lado tradicional. Acredito que tudo isto é muito natural dentro do aspecto de que, tal como o mundo atual, está em uma constante transição onde a busca e a auto-realização através dessa via é o personagem principal. Curiosamente me recordo de que, até o final da década de oitenta, muitos ainda achavam que o Ninjutsu era uma mistura de Karate com Kung Fu. Pude escutar isto de renomados mestres de outras áreas. Era uma era realmente do não conhecimento e ignorância sob o aspecto clássico japonês. Quando a verdade veio à tona, muitos se justificavam como conhecedores. Para mim, toda arte é maravilhosa e toda pessoa tem algo de bom a acrescentar. Embora existam opiniões e formas de expressão variadas, é do livre arbítrio de cada uma posição diante dos caminhos, de forma que não estabeleço nenhum dos lados como correto. No Japão foi proibido o cultivo de toda e qualquer arte que tivesse como sufixo a palavra "Jutsu". Com a necessidade de uma reformulação e nova adaptação nos conceitos tradicionais o "DO" se fez presente.De uma forma ou de outra, em meio a uma série de contradições históricas, o "DO" já existia mesmo antes da intervenção de MacArthur, como podemos ver o exemplo do "JUDO".
Desta forma, muitos outros estilos de "KORYU" também sofreram com a chegada de uma nova era moderna substituindo o sufixo jutsu - arte - pelo sufixo do - caminho. Como exemplo: Aikijujutsu - Aikido, Kyujutsu - Kyudo, Kenjutsu - Kendo, Chanoyu - Chado e uma série de outras. Porém, o Zen ainda permaneceu no pensamento Japonês. Traços de todas essas tendências ainda são encontradas no Japão de hoje, mas as formas inspiradas pela ioga, a disciplina e as artes marciais do Zen e do budismo tendem a trair mais o interesse geral do que o acadêmico tradicional ou ocidentalizado.

abraçosss
daviffb

Um comentário:

Dansbodhi disse...

Eu acho que por trás do sufixo "do" há muito mais do que a palavra "caminho" e uma possível filosofia Zen (da qual não sei nada).

Há toda uma desguerreiralização (neologismo meu) da Arte Marcial, uma adequação destas "artes bárbaras" para novos tempos, no qual um homem de terno e colarinho tem mais poder que um "bruto" portando armas e vestindo armaduras. Acho que elas foram mistificadas tentando resignificá-las para o hoje, um tempo em que os tipos de ações para que elas se propôe(a guerra e todas suas implicações) é condenável quando às claras.

Faz-se guerra a todo momento, mas isso deve ser afastado do público, que devem ser, em geral, homens dóceis. Acho que para o grande público as artes marciais são algo como aquilo mostrado no filme "Herói", uma grande dança filosófica de palavras bonitas e valores elevados.